quarta-feira, 3 de março de 2010

O Verdadeiro Mal-do-Século




Ultimamente eu tenho estado em profundo estado de ódio supremo com as coisas materiais ao meu redor. E não é porque ando condenando a futilidade alheia. É porque ando enrolado na minha própria futilidade. Quase derrubei as paredes da casa porque meu pc travou ontem, quase arranquei o fio da internet porque ela ficava caindo e quase atirei meu celular pela janela porque ele pirou de vez. Pois é. Justo eu que sempre defendi o aproveitar as coisas mínimas da vida e o abstrair dos problemas corriqueiros. Confesso que eu estourei nesses momentos supracitados, saí xingando e, revoltado, fiz propaganda de que toda a razão era minha. Caramba! Mas que razão? Contra uma máquina?

Bah, mas que decadência. Brigar com a família inteira, gritar horrores e desejar a destruição mundial por causa de um bando de tecnologia maldita. Eu sempre disse que um dia toda essa modernidade iria nos matar, e eu estou cada vez mais convicto disso. Não dizem que stress mata? Então. Toda essa parafernalha está nos enlouquecendo! Vamos acabar matando uns aos outros pra ver quem terá o celular mais moderno e eu posso prever um grande aumento da prostituição em nome do último MP qualquer coisa (estamos em qual? Eu parei de acompanhar no MP10). E o pior é que tudo isso é em vão. As pessoas estão deixando de comer, de pagar as contas e de guardar um pouco de dinheiro pra uma viagem relaxante pra comprar aparelhos de última geração! Não venham me chamar de antiquado, pois sabemos que é fato. Porra, em qualquer barraco que tu entrar tu vai com certeza achar uma TV 6846546 polegadas. Mas uma geladeira é difícil. Pra que comprar uma TV maior se em dois dias sairá uma maior ainda e vamos querer comprar?

Mas acho que o pior de tudo isso é que não podemos parar no tempo. Hoje em dia não tem essa de "vou parar por aqui mesmo". Antigamente se dizia pra viver o hoje. Pois hoje eu estou lhes dizendo pra viver o amanhã. Bah... Essa tecnologia toda vai nos matar um dia. Eu já disse isso nesse texto, né?

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