sábado, 13 de março de 2010

Não ao Nazismo!



A gente vê no Fantástico e acha que nunca vai acontecer com a gente. Curioso como somos. Sabe aquelas reportagens sobre Neonazistas que costumam aparecer a cada mês, nas quais geralmente há um flagrante de uma reunião onde eles ficam gritando "Hail Hitler" e adorando suas suásticas? Pois este post não trata disso. Não vou citar nomes, não vou fazer alusões e nem vou citar aonde aconteceu. O máximo que adianto é que eu moro em uma cidadezinha de vinte e cinco mil habitantes. O último lugar do mundo aonde você acha que Hitler iria por os pés. Ah, mas ele o fez. Conheci uma pessoa que aparentava ser muito quieta, retraída. Pensávamos, eu e meus amigos, que estava tímida por ser nova na cidade. O caramba. Talvez ela fosse tímida mesmo, mas e se eu disser que acho mais provável que seu silêncio era fruto de um rancor absurdo, de uma pseudo-superioridade que ela poderia julgar ter?

Conversa vai, conversa vem, bateu-se na tecla errada e a bomba explode. "Eu apoio Hitler", disse a pessoa, mais ou menos. E ficou o silêncio. Estamos no século XXI. Como alguém, a essa altura do campeonato, pode falar uma coisa dessas? E ela continuou: disse que apoiava incondicionalmente o que o "glorioso führer" havia feito e que se estivesse na Alemanha de 1939 teria adorado integrar as forças Nazistas. Ou seja, ela estava falando que apoiava a intolerância, a irracionalidade e sobretudo o genocídio! Ela disse que não tinha preconceitos, mas que não gostava de judeus nem poloneses (tenho uma amiga que descende de poloneses. Imaginem a cara que ela fez quando ouviu isso da pessoa...). E ela estava sorrindo e nos encarando como se fosse a coisa mais natural do mundo! Tá certo que todos temos de ter um posicionamento, uma opinião. Mas aquilo era ridículo.

Não, ela não tinha uma suástica tatuada. Não, essa pessoa não se vestia de vermelho. Não, não estava querendo nos fuzilar. Mas vamos combinar, as palavras tem um peso MUITO superior ao dos atos, não é? "Eu apoio o que ele fez". Então ela apóia pegar seis milhões de judeus e os matar lentamente, deixando-os aterrorizados antes do último suspiro. Quando ela disso isso, quando vi os olhos de inocência de quem não estava cometendo pecado algum dessa pessoa... Me deu ânsia de vômito. Como me arrependo de não ter falado tudo e mais um pouco. Então ela apóia tratar seres humanos como lixo? Apóia uma segregação IMBECIL da sociedade? Que merda de pensamento tão século XX é esse? Como pode ela ser tão... Leviana? Não adianta falar que não era isso que ela quis dizer. Porque a partir do momento que você diz que Hitler foi um grande pensador, um grande homem, você não pode negar o Holocausto, não pode negar o terror, não pode negar a Segunda Guerra. É um peso cultural muito grande. É história demais, é dor demais, é selvageria demais pra ignorar. A partir do momento que você diz "Eu apoio Hitler" você está automaticamente dizendo que, se dependesse de você, todos os judeus do mundo poderiam morrer. Que todos os gays são lixo, os poloneses, os ciganos e por aí vai.

Como pode alguém, em plena época da globalização, ter um pensamento tão... Tão nojento? Falar essas coisas é cuspir nos Direitos Humanos, é cuspir na Igualdade, é cagar na humanidade como um todo. Estou fazendo tempestade em um copo d'água? Não, não estou. Alguém que fala tais barbáries é aquele que vai estar indiferente ao preconceito, é aquele que vai educar seus filhos pra serem agressivos e racistas. É aquele que vai fazer o mundo apodrecer. Desculpem se este texto não fala nada com nada, mas eu simplesmente não podia abaixar a cabeça e fingir que não aconteceu nada. Eu não posso ficar calado perante isso. Me arrependo, digo de novo, de ter simplesmente saído de perto quando ela disse aquilo. Eu devia ter rebatido. Me sinto sujo por ter abaixado a cabeça e ter ido embora. E se for pra compensar, então que eu diga aqui, pra que todos os passantes leiam: ABAIXO O NAZISMO!

Acho que me sinto mais leve depois disso.

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