segunda-feira, 3 de maio de 2010

Alice



"When the world is crashing down, when I fall and hit the ground, I'll turn myself around, don't you try to stop it."

Nunca versos de uma música foram tão fortes para mim quantos estes. Para os desinformados de plantão, refiro-me ao refrão da música "Alice" (por vezes chamada de "Underground") da cantora Avril Lavigne. Sabem... Sempre que eu escuto tais versos, eu me pego pensando. Pensando em quê, afinal? Nas coisas de sempre. Na vida, no passado, no presente e, sobretudo, no futuro. E devo-lhes dizer, ás vezes eu sinto como se o céu estivesse caindo sobre minha cabeça. Hoje foi um desses dias. Sabe aqueles momentos em que tudo vira de cabeça para baixo, em que o apocalipse parece se desenvolver no seu universo particular e em que você deseja infinitamente dormir e não acordar mais? Hoje eu soube de tudo isso. Nada de pompa aconteceu. Ninguém morreu, adoeceu. A casa não pegou fogo e eu não quebrei a perna. Mas instituiu-se uma tempestade sem igual na minha cabeça.

Vi-me perante a limiar do abismo. Tudo graças às perspectivas para o futuro, evidentemente. Depois de tanto pular de uma nuvem para outra com a sensação de que nunca iria cair, eu fui puxado para o solo por uma realidade tenebrosa: as coisas podem ser piores do que parecem. Os sonhos podem se despedaçar. Nada pode fazer sentido. De uma hora para outra todas as minhas ilusões caíram ao pedaços como os cacos de um espelho, e, como disse alguém, você só pode se ver desiludido se um dia esteve em ilusão. E eu percebi que fantasiei. Fantasiei coisas sobre um futuro incerto, coisas que eu não poderia alcançar. Porque? Porque eu não sabia como alcançá-las.

Mas está tudo bem agora. Tudo graças a certos versos de uma certa música. "Quando o mundo estiver desabando, quando eu cair e atingir o chão, eu vou me virar, não tente me impedir.". Como isso pôde me ajudar? Simples. Mostrou-me que, apesar de um exemplo fictício, essa música é bem real. Se eu resolver ficar caído no chão esperando o céu me esmagar, beleza. Se eu quiser sentar e esperar, adiar as coisas e ficar o tempo todo falando "Quando eu morar sozinho, vou fazer isso, aquilo e bla bla bla", tudo bem, eu posso. Mas que não reclame depois. Não quero mais mandar minha mente para o futuro para fugir da realidade. Chegou a hora de me jogar no Oceano do aqui e agora. Vamos lutar contra a corrente. O primeiro passo dessa escada eu dei agora, desabafando. O segundo eu estou quase dando, mas este, é segredo. Por enquanto.

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