terça-feira, 13 de agosto de 2013

Vende-se um cérebro

O preço cobrado é a felicidade. Interessados, favor entrar em contato. Não me interessa o uso que será feito do produto após ser adquirido, e não há margem para devolução. Grato.

Digo isso porque, sinceramente: eu queria ser burro. Eu queria ser mais alienado do que eu atualmente sou. Ah, como é bom viver na ignorância. Ver novela, ver Big Brother, comer no fast food, ouvir qualquer coisa, gostar de todo mundo, aceitar qualquer coisa que passe pela sua vida sem reclamar... Nada disso é plenamente possível e aproveitável quando você tem um parasita nervoso fincado no interior da sua caixa craniana. Se eu fosse burro, eu certamente seria 100% mais feliz, realizado e eu provavelmente me sentiria muito mais vivo. Porque pensar é sinônimo de ver tudo que não condiz com o senso comum; de detectar os defeitos das pessoas que você queria poder cegamente amar; de não se contentar com um livro, música ou programa de TV só porque ele é "legalzinho".

Às vezes eu fico pensando se as pessoas que não pensam têm consciência do quão felizes elas são. Deve ser tão bom ser programado para funcionar de uma maneira e funcionar daquele jeito pelo resto da vida, sem questionar, sem pensar, sem argumentar.

É isso aí. Não tem nenhuma lição de moral sobre o intelecto humano ou qualquer coisa nesse sentido. É só um comentário, um desejo. Eu queria ser burro.

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