sexta-feira, 5 de março de 2010

Cada um no seu quadrado.



Dormir é uma atividade que todo mundo gosta, não é? A melhor coisa que existe no universo é deitar e hibernar depois daquele cansativo dia na cidade. E faz bem dormir, é evidente. Então, quando a gente acorda no dia seguinte as sete da manhã pra retomar a rotina, é naturalíssimo que estejamos com uma vontade inenarrável de fechar os olhos e pescar o maior peixe da lagoa. Mas sabemos que não dá. Vamos pro trabalho ou pra escola (meu caso) e tudo que queremos é um momento de paz para podermos organizar os pensamentos e poder aceitar que mais um dia começou. E até que isso aconteça, o mal humor domina. Sendo assim, a pior coisa que pode acontecer nesse momento de vegetação intensa (não entendeu? Leia meu primeiro texto :)) é alguém brotar do além e invadir o seu espaço.

Epa! Você louco pra ficar a sós com sua mente e a atividade que está fazendo (se é que está fazendo alguma) e chega aquela pessoinha falante louca pra falar da sua vida, da novela, da música que gosta e de como ela ama você. Você gosta daquela pessoa, você sabe que deve ouvir a ela. Mas tudo o que você quer é virar e falar: TÁ BOM, VAI PRA ****. Oh, que revoltante. Digo isso porque dá nos nervos querer vegetar e saber que os outros estão prontos pra falar, pra ignorar sua vontade e destruir o seu momento. Conversar é bom? É óbvio. Falar com os amigos deixa todo mundo mais feliz. Mas não quando você não quer. Em um relacionamento, este é um tópico importantíssimo. Cada um com seu espaço, cada um com seus pensamentos. Tudo pode estar certo até que as sementes da discórdia nos devorem.

Se alguém está lendo isso está com certeza pensando "poxa, mas o que é que ele quer dizer com tudo isso?". Na realidade, eu quero dizer tudo e quero dizer nada. Estou desabafando. Esse espaço é o único que eu tenho que não pode ser verdadeiramente violado. Onde eu posso me expressar. Aqui não tem nenhuma mala sem alça pra me atormentar nos meus momentos de eu comigo mesmo e só. É um refúgio. Mas enfim, pra concluir (não gosto de deixar as coisas inacabadas): vamos construir relações de afeto começando com o respeito mútuo. Mas não só o tratar bem e falar as verdades quando for preciso, mas também saber reconhecer quando o outro quer se afastar. Não estou falando dos elefantes que, na hora da morte, se afastam da manada. Estou falando de deixar que a ovelha saia do curral pra provar um novo pasto. Ninguém precisa superproteger e estar sempre perto dos outros pra não perder a amizade. Vamos deixar os nossos amigos - e a nós mesmos - livres pra voar. Em seu devido espaço aéreo, é verdade.

2 comentários:

  1. Ander, concordo com tudo que você disse no texto. Por mais que ter amigos é o que há de melhor no mundo, todo mundo precisa de um tempo sozinho, pra refletir sobre a vida, ou "vegetar" como você mesmo diz. Amigo que não respeita o espaço do outro não é amigo. :)
    Bom texto, "vegete" a vontade :*

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